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JFitoquímicos e a doença cardiovascular JComo os alimentos combatem o cancro
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Os
Vegetais, por serem ricos em vitaminas,
minerais e fibras, além de fornecerem pouca energia, gordura e colesterol,
devem ser consumidos com frequência e em quantidade.
Por isso, deve
consumir-se diariamente todo o tipo de legumes, em especial os muito corados
(verde-escuro, amarelo alaranjado), crus ou cozinhados.
Saber escolher e preparar uma dieta adequada
é fundamental para uma vida saudável. Os vegetais e os frutos devem estar
cada vez mais presentes nos hábitos alimentares diários.
Milhões
de pessoas morrem de fome em todo o mundo por insuficiência de alimentos.
É, sobretudo, um problema de quantidade. Ao mesmo tempo, nos países ricos,
outros tantos morrem por não saberem utilizar os alimentos que têm à sua
disposição. Trata-se, essencialmente, de uma questão de qualidade.
Alimentar-se
para se manter saudável não é, afinal, uma tarefa assim tão fácil como
parece. Segundo as conclusões resultantes de um recente estudo científico,
mesmo as populações ricas dos países industrializados não são capazes
de garantir na sua alimentação os mínimos indispensáveis de
micronutrientes - vitaminas e minerais -, embora as suas refeições se
mostrem sobrecarregadas de calorias e de uma infindável lista de pratos
disponíveis.
De forma
mais alarmante, o estudo indica que as dietas de subsistência de grande
parte dos países em vias de desenvolvimento não conseguem fornecer as
quantidades adequadas de macronutrientes – hidratos de carbono, gorduras e
proteínas - assim como dos micronutrientes indispensáveis para assegurar
as exigências nutricionais básicas. Nestes casos, mais de que de
qualidade, o problema é de quantidade.
Coma bem e
viva melhor
À medida em que a ciência vai descobrindo as verdadeiras funções dos
alimentos à base de plantas nos circuitos celulares estas vão adquirindo
uma importância maior. Para além dos macronutrientes e das 13 vitaminas e
17 minerais essenciais para a saúde humana, os compostos naturais das
plantas, designados por fitoquímicos, estão a receber uma atenção
crescente por parte dos investigadores que procuram estabelecer uma relação
entre a alimentação e a doença.
Os fitoquímicos
- palavra criada a partir do grego phitos, que significa planta - não têm,
ao contrário das vitaminas e dos minerais, qualquer valor nutricional
conhecido. Mas isso não quer dizer que não sejam essenciais para uma dieta
saudável.
Alguns
fitoquímicos, como a digitalis ou a quinina são usados há centenas de
anos como medicamentos. Outros actuam como anti-oxidantes, que protegem as células
da oxidação e dos radicais livres. Só muito recentemente foram
reconhecidos como poderosos agentes potenciais capazes de oferecer protecção
para doenças como certos tipos de cancros. Para além disto, podem ainda
ser eficazes na dieta adequada a acompanhar o envelhecimento.
Cancro,
frutos e vegetais
Desde o início dos anos 70 que os cientistas um pouco por todo o mundo
constataram que as pessoas que seguiam dietas contendo essencialmente frutos
e vegetais apresentavam os mais baixos níveis de incidência relativamente
a certos cancros. Outras tinham conseguido efeitos protectores a partir de
certos elementos vegetais, como frutos secos, gramíneas e sementes. A evidência
mais ampla sugere que consumir boas quantidades de frutos e vegetais pode
fazer diminuir o risco do aparecimento de vários tipos de cancro.
Os
investigadores constataram, por exemplo que o álcool natural das cerejas e
da alfazema apresenta resultados em casos de cancro do pâncreas em animais
de laboratório. E a limonena, contida nos citrinos, bloqueia o
desenvolvimento dos tumores mamários e elimina-os em animais de laboratório.
Brócolos,
couves e tomates
Segundo as mais recentes investigações, existe uma ligação entre os
fitoquímicos e a baixa intensidade do cancro. Assim, por exemplo, a ingestão
de altas doses de crucíferas, como os brócolos e as couves, pode reduzir o
risco do cancro na vesícula humana.
Ao mesmo
tempo, os investigadores apuraram que uma dieta de cinco ou mais refeições
diárias de frutos e vegetais parece diminuir o risco de cancro na mama em
período de pré-menopausa em mulheres com história de cancro na mama ou
que sejam bebedoras moderadas.
Por outro
lado, constatou-se também que a redução do risco de um grande número de
cancros entre as pessoas que consomem frequentemente tomates e produtos à
base de tomate.
Finalmente,
sabe-se também que as dietas ricas em frutos e vegetais e baixas em carne
protegem contra os cancros da mama, da próstata, do intestino e outros.
Embora se
esteja ainda a identificar um significativo número de compostos das plantas
e do seu papel no combate às doenças, há já um consenso crescente entre
a comunidade científica de que uma grande variedade de alimentos integrais
virá a ser uma fonte de fitoquímicos e outros componentes importantes para
a saúde.
Fitoquímicos
e a doença cardiovascular
Os fitoquímicos contidos nos frutos e nos vegetais podem constituir também
um benefício para o coração. Recentes estudos epidemiológicos sugerem
que uma dieta rica em frutos e vegetais se traduz na diminuição do risco
de doença cardiovascular.
De acordo
com uma investigação da American Heart Association, existem três classes
de compostos existentes nos frutos e vegetais - esteróides das plantas,
flavonóides e compostos de enxofre – que podem ser importantes para a
redução do risco da aterosclerose.
Os esteróides
são um grupo de lípidos (substâncias semelhantes às gorduras) que se
pode encontrar no nosso organismo. O lípido mais abundantemente encontrado
no nosso organismo e no dos animais é o colesterol, uma parte essencial das
membranas das células. O colesterol circula na corrente sanguínea em
pequenas partículas denominadas lipoproteínas.
Algumas
dessas partículas estão relacionadas com a aterosclerose, a causa
principal dos ataques cardíacos e cardiovasculares. A aterosclerose pode
igualmente contribuir para uma elevada tensão arterial e para a impotência.
Os esteróides
das plantas (fito-esteróides) e o colesterol, proveniente das carnes
vermelhas e de outras fontes alimentares, competem entre si pela absorção
durante a digestão. Isto é, a a absorção de fito-esteróides representa
um decréscimo na absorção de colesterol. Assim, uma grande quantidade de
esteróides das plantas na alimentação faz diminuir a quantidade de
colesterol absorvido nos alimentos e pode ter um efeito protector.
Os flavonóides
possuem estruturas químicas variadas e estão presentes nos frutos,
vegetais, frutos secos e sementes. Alguns flavonóides têm demonstrado ter
um efeito anti-oxidante que evita problemas criadas às células. Outros
demonstraram ser capazes de tornar as células menos viscosas ao limitarem a
acção das plaquetas. As suas fontes são o vinho tinto e os produtos à
base de soja (isoflavonas).
Os
compostos de enxofre que se formam naturalmente podem baixar o colesterol do
sangue e consequentemente reduzir o perigo de aterosclerose. Presentes nas
cebolas, alhos e no alho-porro, estes compostos têm sido usados como
medicamento desde a antiguidade mais longínqua. Tanto o óleo de alho como
os dentes de alho demonstraram capacidade para fazer baixar a tensão
arterial e a concentração de lípidos no organismo humano. De qualquer
maneira, a sua acção não é ainda inteiramente compreendida, mostrando-se
necessário obter informações mais completas nos campos químicos e
farmacológicos sobre os compostos de plantas que contêm enxofre.
Obesidade e
diabetes
Segundo investigações recentes, boa parte dos portugueses começam já a
poder ser classificados como obesos. A obesidade é um factor de risco para
alguns tipos de cancro, da doença cardiovascular e de um certo tipo de
diabetes, habitualmente designada por diabetes mellitus não dependente de
insulina, ou diabetes dos adultos.
Altos níveis
de açúcar provocados pela diabetes (hiperglicémia) pode, com o tempo,
causar sérios problemas, pondo em causa a saúde ou mesmo a vida. A
diabetes não controlada pode provocar cegueira, doenças dos rins, atacar
os nervos (neuropatias), aterosclerose, tensão arterial alta e ataques cardíacos.
Os cientistas
descobriram que existem alguns compostos vegetais com propriedades
anti-oxidantes - carotenóides - que actuam como protectores contra o
desenvolvimento da diabetes ligada à obesidade. Os mesmos estudos
demonstraram ainda que uma dieta que limite as calorias e inclua boa
quantidade de frutos e vegetais pode reduzir o risco de se contrair
diabetes.
Uma
dieta recomendável
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Como os alimentos combatem o cancro
O crescimento de um tumor maligno é um processo
longo e lento que envolve três fases principais: o início de alterações
potencialmente cancerosas no ADN de uma célula; crescimento descontrolado de
uma célula danificada e progressão de uma lesão cancerosa para uma massa que
pode invadir outros tecidos.
Os primeiros resultados obtidos pelos cientistas sugerem que os nutrientes
presentes em alguns alimentos podem interferir com cada uma destas fases.
Fase 1: Início: o processamento do oxigénio agentes tóxicos chamados
radicais livres, que podem danificar o ADN de uma célula.
Sugestão alimentar: O tomate pode ajudar a neutralizar os agentes
tóxicos que danificam o ADN. O alho ajuda a limitar a produção de
compostos causadores do cancro. Os brócolos contêm compostos que
removem os carcinogéneos das células
Fase 2: Crescimento: se as defesas de primeira linha falharem e a célula
sofrer alterações potencialmente cancerígenas, a melhor opção do corpo é
destrui-la ou, não podendo, impedi-la de se dividir rapidamente. Os ácidos
gordos omega-6, que abundam nos óleos de milho e cártamo, parecem promover a rápida
divisão celular
Sugestão alimentar: os ácidos gordos omega-3 da linhaça e peixes
gordos impedem o crescimento dos tumores, expulsando outras gorduras das células.
A soja também pode proteger os tecidos reprodutivos 6E
Fase 3: Progressão: quando todas as nossas defesas fracassam e uma célula
danificada desencadeia um tumor, a questão é se vai construir uma irrigação
sanguínea própria e invadir os tecidos circundantes. As células tumorais
libertam factores de crescimento que promovem o desenvolvimento de novos vasos
sanguíneos, um processo denominado angiogénese.
Sugestão alimentar: as uvas pretas podem inibir o crescimento de vasos
sanguíneos.
Não é
segredo que uma dieta pobre em gordura e com muitos frutos e vegetais pode
contribuir para evitar as doenças cardíacas. Agora os cientistas demonstram
que também pode proteger contra o cancro. A sua mãe tinha razão: coma os brócolos.
Nem
todas as gorduras são más. Os óleos ómega-8 do atum, salmão, cavala e
sardinha parecem ser protectores.
A fibra
do feijão combate o cancro do cólon. A gelatina da soja parece ser um
excelente alimento na prevenção das doenças.
Embora
o álcool possa promover o cancro, o resveratol do vinho tintoe do sumo de uva previne os danos da oxidação.
Legumes
como os brócolos contêm sulforafana, que intensifica importantes enzimas de
combate ao cancro.
Sabemos que os regimes com muita gordura promovem
as doenças cardíacas. Mas o que se passa com o cancro? O tipo de gorduras que
ingerimos tem alguma influência? Os indícios são fortes para a omega-6 (má)
e omega-8 (boa). Para os outros tipos de gordura, a relação com o cancro não
é ainda clara. Eis um resumo:
Gorduras polinsaturadas, Linoleico (omega-6): o corpo precisa de pequenas
quantidades deste ácido gordo essencial, que se encontra no milho, soja
e noutros vegetais. Mas pouco faz muito: as células tumorais alimentam-se dele.
Alfa-linoleico (omega-3): a melhor de todas as gorduras. Existente na
linhaça e nos peixes de águas frias, pode reduzir o risco quer de
cancro quer de doenças cardíacas.
Gorduras mono-insaturadas: não promovem o cancro e podem até dar uma
ajuda. Também são muito melhores para o coração que as gorduras saturadas.
Encontram-se nas azeitonas, amendoins, nozes,e abacate.
Gorduras saturadas: encontram-se fundamentalmente nos produtos animais,
como a carne, queijo, banha e manteiga e são conhecidas
por promoverem a doença cardíaca. O seu papel no cancro não é claro.
Gorduras transformadas: polinsaturados produzidos artificialmente, são o
pior que há para a doença cardíaca, e um estudo relacionou-as com o aumento
do risco de cancro da mama. Encontram-se na comida embalada
Estudos
realizados nos Estados Unidos mostram que as pessoas que comem menos frutos e
vegetais têm duas vezes mais probabilidade de contrair cancro (desde o pulmão
ao cólon) do que aquelas que consomem mais.
A
carne
queimada contém uma plêiade de carcinogéneos; entre eles estão os compostos
denominados aminos heterocíclicas.
Reduza
os fritos. Os
especialistas sugerem que para reduzir o risco de cancro, a gordura não deve
constituir mais de 20 por cento do total de calorias ingeridas.
Os
refrigerantes não são
mais que calorias vazias. Experimente o chá verde. Não tem calorias - e
intensifica os polifenóis que combatem o cancro.
A alface é débil do ponto de vista nutritivo. E ensopá-la em molhos carrega-nos de gordura.
O
uso de pão e outros alimentos cerealíferos, de leguminosas,
e de batata e outros tubérculos ricos em amido, é abundante. Da mesma forma,
os produtos hortícolas e os vários tipos de fruta são uma constante,
fazendo-se uso todo o ano de alho, cebola, azeitona e frutos secos.
O
azeite é privilegiado para temperar e cozinhar - com todas as
vantagens que advêm por ser uma gordura cujas propriedades menos se alteram
pelo aquecimento e pelos seus efeitos, nomeadamente, antioxidantes.
O consumo de lacticínios, com destaque para o queijo e em algumas sub-regiões o iogurte, é modesto; ao passo que o gasto contido de ovos, pescado fresco e seco, e a carne de animais de terreiro (aves, coelho, porco ou borrego) se distribuem várias vezes pela semana.